4/07/2011

Dilema rural no Japão


Formada há três séculos, uma floresta com 70 mil pinheiros na costa nordeste do Japão foi destruída pelo terremoto e o tsunami que assolaram o país no dia 11 de março. Hoje resta um único pinheiro na cidade de Rikuzentakata, onde o tsunami destruiu 40% das comunidades.

Assim como várias regiões dos Estados Unidos, Rikuzentakata e muitas outras cidades e vilas do Japão são moradias de uma população em sua maioria idosa. Os jovens deixaram o local em direção ao sul, em busca de empregos melhores do que a pescaria e outros trabalhos na área rural. Atualmente pairam questão sobre como as comunidades devem usar seus esforços para reconstruir essas áreas, e se isso deve realmente ser feito.

O governo do Japão estima que o custo da recuperação do desastre, incluindo a restauração dos danos causados nos reatores nucleares, passará de US$ 300 bilhões. “Mesmo antes do tsunami, os jovens já estavam deixando as comunidades rumo a cidades grandes, já que não encontravam trabalho”, disse Futoshi Toba, governador de Rikuzentakata. Da população de 23 mil habitantes da região, 35% tinham mais de 65 anos. A administração de Toba usa como slogan a frase “pinheiros da esperança” para inspirar a recuperação.

“Uma sociedade idosa não está preparada física, psicológica e financeiramente para se recuperar”, afirma Jeff Kingston, da Universidade de Tokyo, ao jornal USA Today. Ele diz que se trata do país mais velho do mundo, com quase um quarto dos 127 milhões de habitantes tendo mais do que 65 anos. O fator idade cria uma nuvem sobre a recuperação dessas comunidades.

O Japão parece não estar em posição favorável para se recuperar nas áreas rurais. Há duas décadas, o país fez um empréstimo de alto valor para financiar um plano de estímulo ao consumo, a fim de superar uma crise imobiliária do início de 1990. O plano falhou e hoje a economia do Japão caiu do segundo para o terceiro lugar, ficando atrás da China e dos Estados Unidos. O país tem hoje o nível mais alto de endividamento nacional no mundo desenvolvido.

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S.R.S