Não há caminhões suficientes para transportar os 3,1 milhões de toneladas do grão que devem ser colhidos, pois 15% da frota nacional de 1,4 milhão de unidades está a serviço de produtores que estão no auge da colheita nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Por outro lado, com 15 locomotivas e 60 vagões alugados, a Ferroeste consegue, no máximo, em duas viagens de ida e volta a Guarapuava por dia, escoar três mil toneladas de grãos a cada intervalo de 24 horas.
O sistema de armazenamento no oeste também opera no limite. Os 688 armazéns credenciados pela Conab nos 50 municípios da região Oeste têm capacidade para, juntos, guardar 4.587.686 toneladas de grãos, farelo e ração. Porém, a maior parte deles ainda mantém estoques consideráveis e operam com média de 80% da capacidade.
Para piorar, tudo indica que não há previsão de mudança no cenário: os dois únicos investimentos que o governo federal prevê para o setor férreo paranaense para 2010 estão direcionados a Londrina e Maringá.
Já no armazenamento as notícias também não são animadoras. O superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná, Lafaete Jacomel, afirma que o Estado não tem feito investimentos no aumento da capacidade de armazenamento de grãos. Essa incumbência, relata, cabe à iniciativa privada, principalmente cooperativas e empresas multinacionais.
De acordo com os escritórios regionais da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) de Cascavel e Toledo, responsáveis pelas estatísticas de produção de 48 municípios da área de abrangência da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop), em todo território nacional, a área de plantio com soja, estimada em 23,21 milhões de hectares é 6,7% (1.466,4 mil hectares) superior à cultivada em 2008/09: o maior crescimento é observado no Paraná, seguido de Mato Grosso.
A produtividade média nacional, prevista em 2.875 quilos por hectare, é 9,4% acima da obtida na safra passada, superando a produtividade atingida em 2006/07 em 1,8% (52 quilos), até então o recorde nacional, em 2.823. No Paraná, as lavouras deram um salto na produção. Ano passado, cada hectare rendia a média de 2.337 quilos da oleaginosa. Este ano, aumentou para 3.010 quilos, um salto de 28,8%.
João Luiz Raimundo Nogueira, chefe do Núcleo da Seab de Toledo informa que a produtividade média de soja deve atingir o patamar histórico de 3.280 quilos por hectare, recorde regional. Até agora, já foram colhidas 55% das lavouras. João alerta que os números podem ser revistos na próxima semana para cima, quando haverá divulgação de novo prognóstico sobre a safra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem vindo, faça seu comentário.
S.R.S